sexta-feira, 6 de setembro de 2024

A CARTA QUE EU LI DIRIGIDA A JORGE PESSOA E SILVA, UM DOS GRANDES ESPERTALHÕES DE “A BOLA”, SOBRE OS SEUS ARTIGOS “FILHO DA MÃE” E “RUI COSTA, 1 – ADEPTOS, 1”


A Jorge Pessoa & Silva

Exmo. Sr.

Diversos amigos que ainda têm a paciência de passar os olhos pelos seus escritos de opinião já me alertaram várias vezes para o seu comportamento em relação a determinados temas, directa ou indirectamente ligados ao Sport Lisboa e Benfica.

Por isso, li dois dos seus últimos artigos em A BOLA, enviados por SMS por esses meus companheiros de muitas e muitas jornadas gloriosas, pois recuso-me a adquirir e muito menos a ler um autêntico pasquim que outrora foi uma grande referência de todos os portugueses e onde muitos deles fizeram a aprendizagem da leitura, atendendo à qualidade e isenção jornalística de muitos profissionais de grande categoria que integravam uma equipa de excepção. Refiro-me obviamente à sua ode a Artur Soares Dias cantando-lhe loas e hossanas e agora aos procedimentos e comportamentos directivos do líder Benfiquista, Rui Costa, abordando o tema “liderança na emergência”. Basta ler o primeiro artigo para se constatar da sua perniciosa tendência, já viciada pelo tempo. Conclui-se de uma forma óbvia e clara que o Sr. não é nem nunca foi benfiquista. Exortar um fulano que ao longo da sua carreira arbitral prejudicou por vezes subrepticiamente, noutras à descarada e com um desplante nunca visto, o SL Benfica, é como brincar aos tétés com o Pinto da Costa ou o seu secretário-geral, o Macaco. Relembro-lhe, por exemplo e em tempos mais recentes, já para não falar na sua longa saga anti-Benfica, da capacidade que teve A. Soares Dias para se disfarçar de invisual, aquando da mão de Mangala na Luz e da bárbara murraça de Pepe em Taarabt no covil do dragão e a três metros das suas barbas ou mesmo do escândalo de um escabroso Penafiel-FCPorto ou de uma palhaçada circense num Vitória-Braga quando o SL Benfica se aproximava do título nacional de futebol, entre muitas outras ocasiões em que a sua idoneidade e isenção foi jogada por ele próprio para o pântano que é o futebol indígena há quarenta anos e que o sr. Jorge Pessoa & Silva também foi alimentando ao longo da sua vida jornalística.

Mas adiante. O tema Rui Costa que garantidamente foi e é um tema que vos vai sustentando, para além de todos os outros relacionados com o SL Benfica, obrigou-me a fazer algo que não gosto – esboçar no final da penosa leitura um sorriso de desprezo pelo artigo e pelo seu autor e enviar-lhe este texto.

É que de citações está o mundo cheio, bem como de boas intenções está o inferno. Esta abordagem sobre “liderança e emergência” que o sr. aflora, recorrendo a Arnold H. Glasow, é como a presunção e a água benta - cada um toma a que quer. Mas alto lá! Isso não lhe confere o direito de sub-repticiamente declarar o procedimento e comportamento de Rui Costa inadequado, muito menos criticá-lo, nem tomar a nuvem por Juno ao titular o seu texto com um Rui Costa, 1 – Adeptos, 1. Como é que o Sr. consegue avaliar qual a tendência dos adeptos quanto à razão de uns e do outro sobre a opinião que têm quanto ao treinador demitido e o timing da nova escolha? Aí, só o tempo o dirá e porventura, se o SL Benfica vencer este campeonato o Sr. terá de meter a sua caneta no bolso e reformular o que disse sobre a emergência e a liderança. Mas nessa altura, se por ironias do destino, isso acontecer, já o sr. se esqueceu do que escreveu ou enviou para as calendas o reconhecimento do seu equívoco. É o habitual no jornalismo que temos. E também lhe digo que fazer comparações com pessoas do grémio rival e das pessoas que hoje o integram é um exercício medíocre depois destes personagens e entidade andarem há décadas a penar no futebol, só se salvando com manobras escuras de perdões de dívida, que essas sim, nunca vi o Sr. escrever sobre o tema e que para muitos foi uma “excepcional manobra de engenharia financeira”… Unidos da Engenharia, 1 - Perdão da dívida FC, 1!

Bem poderia, neste tema de “liderança”, recorrer aos gurus mais contemporâneos das Américas para abordar os diversos tipos da dita cuja ou fazer como o sr. JP&S, recorrendo a um humorista e “pensador”, que criou com sua mulher uma revista humorística durante 60 anos e que faleceu em 1998 com 93 anos, publicando o seu primeiro livro aos 92. Com esta habilidade de se socorrer de uma frase do dito cujo para sustentar as suas conveniências opinativas relativamente às acções do Presidente do SL Benfica, fez-me recordar que até Mao Tsé Tung escreveu um “livrinho vermelho” com centenas de citações e quando ele próprio determinou numa tal “emergência”, a extinção da passarada para depois por causa disso e nesse dramático ano, ter dado cabo das colheitas dos seus infelizes compatriotas camponeses provocando-lhes a fome e consequentemente as mortes deles aos milhares para além dos pássaros, claro está. Eis como o Sr. e muitos outros escribas poderão tirar conclusões sobre um apregoado grande líder, como foi este comunista chinês.

O Sr. é o próprio a dizê-lo - católico, apostólico romano. Deveria valer-lhe alguma coisa ao escrever o que escreveu. Faz-me lembrar Vasco Santana na sua brilhante interpretação no filme “A Canção de Lisboa” aquando da sua visita ao jardim zoológico com as suas inefáveis tias – “chapéus há muito…”. No seu caso é substituir os chapéus por citações.

Em “A BOLA” já há muito tempo que existe uma saga anti-SL Benfica. Bem sabemos que esta saga se esconde atrás de uma cortina baseada muitas vezes em permissas de conveniência, falácias, artifícios, truques na manga e malabarismos. Desaprenderam tudo o que os vossos mestres de antanho vos ensinaram. Ou melhor, distorceram tudo.

Perante este cenário, gostaria de ver, à partida, algo que nenhum de vós faz no pasquim – definirem-se e declaradamente em cada artigo, mostrar a cor clubística que cada um veste.

Mas, atenção. Para a A BOLA nem um tostão - aconteceria o que aconteceu aos camponeses chineses com a tão propalada “liderança na emergência” de Mao Tsé Tung. A fome daria cabo de todos vós e na melhor das hipóteses teriam de ir comer à Mitra.

É assim. Liderar na emergência.

Saudações Gloriosas.

9 comentários:

  1. Parabéns, pelo texto e denúncia do ataque sistemático que destes juntas letras ao BENFICA.
    Viva o Glorioso Benfica.
    E.Santos

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    1. Parabens pelo texto..que pena nao ser possivel dar a conhecer a tds os Benfiquistas..jornais,Tv's e Rádios..Que pena
      SLB Forever!!
      jota

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  2. Olha quem é este Arroto Jorge Pasquim e Silva, belfo, cospe perdigotos nas tertúlias onde ele com os comparsas escolhidos a dedo como os Litos, os Golberts, Fernando gago, e outros anti Benfica fazem a resanha dos pre e pós jogos onde esta escomalha de junta letras, e cospe palavras no SLBENFICA nada presta e está tudo mal organizado,e descontrolado. Só lamento que em algumas destas tertúlias dirigidas por este capacho de algum Adversário do GLORIOSO, já vi o Sr. Júlio António e Pedro Ferreira. De Lamentar estes Benfiquistas estares com esta escumalha. E VIVAAAAA O BENFICAAAA

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  3. Este pessoa de MERDA, é 1 LAGARTÃO do lu...MIAR. Segundo, PARABÉNS e 1 STAND OVATION, pelo post, e por tê-lo ENFIADO nas BARBAS desse FDGP...

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  4. Curioso, o jornalista é um lagartão porque escreveu que Rui Costa tinha razão quando foi contratar Roger Schmidt e que os adeptos tinham razão quando não queriam, no final da segunda época, que Roger Schmidt continuasse ao contrário de Rui Costa. Das duas uma, ou o que está em causa é a contratação de Schmidt, e ai o que me estão a dizer que é foi um erro de Rui Costa e eu dei razão ao presidente; ou o erro é que os adeptos até queriam o Schmidt e o erro foi do Rui Costa que o despediu... Para além dos milhares de lagartões que na Luz atiraram objetos contra Schmidt e assobiram-no jogo sim, jogo sim... Ler primeiro os artigos e formular uma opinião pela própria cabeça é um bom excercício porque alguém disse uma coisa e se julga sem pensar pela própria cabeça dá um certo jeito. Porque isto de dar razão aos adeptos equivaler a ser contra o Benfica, valha-me Deus. A não ser que me provem que alucinámos todos com as reações dos adeptos a Schmidt. E se alucinámos, as imagens foram da... BTV. Jorge Pessoa e Silva

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  5. Rui. Não foi isto que aprendeste nos salesianos. Sabes como sei? Porque passei os 4 anos mais incríveis da minha vida no seminário onde aprendi muito com os salesianos e com Dom Bosco e Maria Auxiliadora. Abraço

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  6. Viva, meu caro Grão Vasco
    Se me conhecesse e conversasse comigo, aposto que iria gostar tanto de mim quanto eu de si. O maior problema quando se trata de opinião, é quando se tenta perceber sempre intuitos persecutórios, clubites agudas em quem escreve. E depois somos seletivos e nem se tenta perceber como é que o mesmo jornalista que fez uma crítica a um ato de gestão de Rui Costa o elogiou no passado. Como é que a mesma pessoa que criticou um treinador por mandar os adeptos ficar em casa, é o mesmo que o elogiou no quando se assumiu como uma lufada de ar fresco.
    Por razões de privacidade, não lhe posso revelar nomes de pessoas que o universo benfiquista bem conhece, que até dão a cara pelo Benfica, que elogiaram por mensagem esse artigo que refere sobre a liderança do Rui Costa. Logo, se eu tento fazer um exame de consciência em relação ao meu trabalho, se estou ou não a ser justo, não o posso fazer depender dos ecos que recebo, por serem contraditórios. Cheguei a ser insultado por três adeptos pelo que disse no mesmo programa. No mesmo, repito. Um adepto portista acusou-me de ser, e passo a citar, «lampião de merda», um benfiquista acusou-me de me ter «vendido ao FC Porto»; um sportinguista de destilar ódio contra o Sporting. Se um único programa levou a estas reações, que conclusão posso tirar? (Felizmente, a esmagadora maioria dos emails são bem simpáticos e mais felizmente ainda, em relação aos mais duros foi sempre possível ao fim de alguma troca de emails chegar a uma plataforma de cordialidade).
    Voltando ao artigo de Rui Costa, de facto eu não tenho números. Assumi que não sei se estavam ou não em maioria os que assobiavam o treinador e, mais tarde, o próprio presidente. Mas tenho ouvidos. E ouvi em plena Luz o que todos ouviram. E também cheguei a ser criticado por ser brando com Schmidt.
    No meio de tudo isto, só me resta uma solução. Escrever sobre o que penso e acredito. Elevei aos píncaros Roger Schmidt, Rui Costa, João Neves, António Silva, Toni e, acima de tudo, a paixão dos adeptos do Benfica, que conheci de Sidnei à Califórnia, passando por todas as casas na Suíça e muitas nos outros países europeus. Quase sempre ao lado de Eusébio. E de Vilarinho primeiro, Vieira depois. E cirtiquei quando entendi que deveria criticar.
    Ver intuitos e perseguições, faz tanto sentido na minha cabeça quanto alguém achar que nós odiamos os nossos filhos porque às vezes precisam de um raspanete, sendo eu ainda do tempo de umas palmadas e reguadas na escola.
    Já elogiei e já critiquei pessoas de todos os clubes. Naturalmente que elogio muito mais quando as coisas correm bem e critico quando correm mal. Sei de quem sou filho, isso me basta. Quando me engano, corrijo. Elogio quando acho que devo elogiar, critico quando acho que devo criticar. Não estou imune ao erro de análise. Mas prefiro discutir argumentos do que estado de espírito. Recordando que o mesmo artigo me valeram elogios de importantes benfiquistas que são tudo menos anti-Rui Costa; e críticas de ser anti-Benfica. Isso, por um lado, ajuda-me. É impossível eu ser benfiquista e anti-beifiquista ao mesmo tempo. A escrever, não sou uma coisa nem outra. Diga-me uma profissão onde se pode ser desonesto e estar 30 anos na mesma empresa a exercer essa profissão.
    Meu caro Vasco. Não tenho problemas em ouvir quem ache que não tenho jeitinho nenhum para escrever. Custa-me mais discutir honestidade, acusem-me apenas de incompetente se acharem isso. E, se pensar bem, não acredito que também se sinta bem se um dia chegar à conclusão que foi injusto com alguém.
    Agradeço-lhe o tempo que gastou em escrever-me. Há um lado positivo: não posso deixar de gostar de pessoas que dizem o que têm a dizer na cara. Enquanto o disserem na cara há sempre esperança de duas pessoas se entenderem, que não é o mesmo que concordarem.
    Com consideração
    Jorge Pessoa e Silva

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