ESCUMALHA, ARRUAÇA E COBARDIA

O inicio deste post é a transcrição textual de um comentário que vi num jornal desportivo online sobre o maior arruaceiro que deambula pelos estádios de futebol deste país:

[- “Como clube e nossa história, a do clube, FC Porto, mas também da região norte, é gente que não desarma." – sérgio conceição.

.................... Norte? ele está a falar do quê? do Seixal e do estádio do Dragão? Nem na cidade do Porto ele tem monopólio, quanto mais região Norte. está tolo o homem.]

 

O desvario é de tal ordem que não há quase nenhum desafio onde intervenha o grémio da fruta em que a confusão e o caos não se instale entre os seus protagonistas. Em primeiro lugar é um abuso associar um grémio pouco recomendável ao Norte de Portugal. A esmagadora maioria das nobres gentes nortenhas não se revê numa instituição, nem num personagem de calibre tão rasteiro. No resto, a escumalha das barracas de praia está sempre pronta a disparar sobre tudo e todos. Na Inbicta Corrupta – não no Porto, onde há muita gente séria e urbana - vive-se um clima de ódio, de provocações e de demência. Um cenário repetido ao longo de 40 anos com as autoridades desportivas e outras a assobiarem para o lado. Basta olharmos um pouco para o passado recente e vermos, por exemplo, bonecos “enforcados” nos pontões vestidos com as cores dos árbitros e dos adversários, ou tarjas como aquelas expostas no estádio desse grémio dizendo “ides sofrer como cães”. É esta a cultura de uma escumalha que as autoridades têm mêdo de travar e condenar.

Noutros locais, noutras latitudes, este tipo de comportamentos nada recomendáveis já teriam tido a resposta adequada e o Rei da Arruaça de Palermo do Douro já teria sido banido do futebol. No entanto, e apesar da sua inqualificável conduta ser recorrente e cada vez pior, vemos cada vez mais exemplos execráveis seguindo a mesma linha – director e clínico para o futebol do mesmo grémio - acompanhando o principal autor destas tristes façanhas, com o mentor-mór escondido atrás das cortinas dos bastidores, esse sim um instigador nato à violência e à desordem, com oitenta e tal anos de um cadastro inigualável.

São os tristes exemplos de um Porto e de uma cidade tomada por uma corja que jamais se enxergará e que continuará a chafurdar na própria lama que há muito criou.

Ganhar a qualquer custo, sem escrúpulos, onde a ameaça, a coacção, a chantagem, a canalhice, a má criação grassam como uma peste incontrolável. Os piores exemplos para os filhos e para os futuros homens e mulheres deste país e da própria região.

Mas tão grave como a escumalha e a arruaça por eles provocada é a cobardia de alguns que ainda têm o desplante de referir nas conferências de imprensa pós-jogos, que estes lamentáveis acontecimentos são “coisas” normais no futebol e que nunca se passa nada, pedindo desculpa até, pelo incómodo. Como complemento desta bagunça ordinária segue-se o triste exemplo do treinador do Casa Pia que amedrontado pelas possíveis consequências dessa incrível confusão de ontem, se acobardou, metendo o rabinho entre as pernas e saindo com a habitual nestes casos, canga ao pescoço, pelas portas dos fundos de um estádio onde a arruaça e a corbardia têm andado sempre de mãos dadas.

Quando é que isto tem um fim?

Quando é que as autoridades, subservientes, permeáveis e cegas no seu silêncio cúmplice com uma Comunicação Social permissiva, conivente, cobarde e oportunista se assumem como autênticas defensoras da Verdade Desportiva e denunciadoras dos comportamentos, crimes e ilegalidades indignos, num país de direito como é o nosso? É que não são só as substâncias proibidas e os passaportes das bicicletas de corrida da W52 FC Porto. É que lá, naquele grémio é tudo isto e muito mais...